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Antônio Frederico de Castro Alves, poeta baiano (Muritiba 1847 – Salvador 1871) demonstrou muito cedo vocação apaixonada para a poesia. Na época saiu de Salvador e mudou-se para o Recife com a família, conheceu o poeta e ensaísta sergipano Tobias Barreto, através do qual foi integrado à vida literária e acadêmica. Por volta de 1866, iniciou apaixonada ligação amorosa com a atriz portuguesa Eugênia Câmara que desempenhou importante papel na sua vida literária e particular. Daí para frente o poeta entrou numa fase de excepcional inspiração. Em 1868 viaja para São Paulo em companhia de Eugênia, matriculando-se no 3º ano da Faculdade de Direito, na mesma turma de seu conterrâneo Rui Barbosa que viria a ser depois jornalista, ensaísta e jurista respeitabilíssimo. Por essa época, durante uma caçada, acidentalmente a descarga de uma espingarda feriu seu pé esquerdo, sendo depois, sob a ameaça de gangrena, amputado no Rio de Janeiro em meados de 1869. De volta à Bahia no ano de 1870 contraiu tuberculose. No mês de novembro de 1870 saiu seu primeiro e único livro publicado em vida, “Espumas Flutuantes”. Daí por diante, apesar da saúde debilitada, produziu seus mais belos versos, animado por um último amor, platônico por sinal, Agnese Murri (cantora). Castro Alves, segundo Jorge Amado, teve muitos amores, porém, o maior de todos eles foi a Liberdade. A sua poesia se distingue por duas vertentes: a vertente lírico-amorosa e a feição social e humanitária. O vigor da paixão e a intensidade amorosa são colocados em seus versos de uma maneira completa. Enquanto poeta social deu sua contribuição inestimável aos anseios revolucionários e liberais do século XIX. Castro Alves foi o anunciador da abolição da escravatura e da proclamação da república que viriam alguns anos depois. Foi devoto apaixonado pela causa abolicionista o que lhe valeu o título de “O Cantor dos Escravos”. Embora atemporal, os rotulam como pertencente à terceira geração de românticos, representante do Condoreirismo, comportamento artístico e poético da última fase do romantismo brasileiro.